Lá vamos nós novamente, eu e meu notebook, arriscar algumas
escritas por aqui.
Se não fosse por meus surtos com a tecnologia, redes sociais,
esse blog já teria acho que uns 5 ou 6 anos?!
Mas eu sou assim, como diz um
grande irmão, “essa metamorfose ambulante” e prefiro mesmo é ser assim.
Pois bem, sinto necessidade de mudança, mesmo que volte atrás e pense que foi impulsivo, ou mesmo que acerte na mudança e a leve comigo até sentir que preciso sacudir a poeira da rotina e buscar algo, pode ser até que não seja novo (como o blog, rs), mas que seja diferente, para um momento diferente.
Ontem encontrei uma grande amiga, o transito péssimo, e ficamos
um bom tempo conversando, coisa não fazíamos há alguns anos (quem sabe?!). Foi nostálgico.
Sabe aquela camisa preferida que combina com tudo e que você
não usa há anos? Ou aquele livro sensacional que você leu há uma década, e que
hoje você não sabe onde está... Um dia, você se pergunta: Será que ainda tenho
esse livro? Será que joguei fora junto com as roupas de doação? Será que
emprestei e não me devolveram? Será?
Nesse dia, você se vê parada no transito, tirando tudo do
lugar, para tentar encontrar um mísero detalhe que te lembre onde está tudo
isso. Diante dos teus olhos, com o quarto de pernas pro ar, você vê escondido,
amassado, esquecido. Você pega com cuidado, olha, tira a poeira, tenta se
lembrar como foi que você pôde fazer isso, deixar de lado essa lembrança? De esquecer
um capitulo sequer do livro que formou e transformou o que você é hoje. Do momento
em que seus amigos estavam reunidos comemorando seu aniversário e você usava
aquela camisa?
...Li e percebi que muito do que fomos é esquecido. Lembranças
que são afogadas todos os dias, pelo trabalho, pela rotina embaraçada que temos.
Por amores e amigos que vieram e se foram, por aqueles que ficaram, e ainda todos
os que virão.
Isso é ruim? Não vejo
dessa forma. Apenas sinto que devemos prezar mais por momentos bons que
tivemos, não digo reviver o passado, é impossível, não temos mais a mesma simplicidade
de lidar com algumas coisas. Nós crescemos, amadurecemos e enrijecemos o nosso
coração, foi isso que nos ensinaram, desde sempre. Crescer exige
responsabilidade, maturidade e não há tempo pra pensar, sentir, ouvir, abraçar
ou amar.
Há alguns dias atrás ouvi em uma preleção uma coisa simples
que deveríamos aplicar no nosso dia a dia, faria uma diferença e estaríamos guardando
e organizando nossa memória com relação a momentos especiais e simples.
Ouça, mas ouça ouvindo. Coma, mas coma comendo. Sorria, mas
sorria sorrindo. Converse, conversando. Abrace, mas abrace abraçando.
Faça o que quer que seja, mas faça sem pensar em mais nada
além da ação que está realizando. Abraçamos? Sim. Mas pensando no que vamos
fazer na janta. Conversamos? Sim. Mas lembrando da conversa que tivemos com
nosso chefe na reunião da manhã.
Diante disso, o que adianta um abraço, uma conversa sem
sentimento, automatizada?
No momento em que fizermos isso, nossas lembranças do
passado começaram a ficar arquivadas dentro do coração e não jogadas e
entulhadas em nossa mente.
Você consegue tirar as palavras do meu coração!
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