Ele parecia não ter nada, apenas um carrinho que carregava
algumas reciclagens.
Mas em suas mãos, havia um tesouro, e a seu lado alguns
outros e acredito que também tinha consciência disso, pois demonstrava prazer
naquilo que estava fazendo.
Minha vontade era de sentar ao lado dele, e conversar.
Perguntar qual era o titulo, do que falava. Falar que o admirava por estar ali,
naquele ponto, provavelmente sem nem ao menos tomar um café, e com um sorriso
no rosto em um livro em suas mãos.
Minha vontade era de ficar ali, até ele resolver levantar e
ir embora, não pra casa. Mas pra rua, que aparentemente era a sua casa.
Mas o que eu fiz?
Não tive coragem de sentar ao seu lado e atrapalhar aquele
momento, que pra mim, pareceu único. Acredito que nunca irei vê-lo novamente,
mas com toda certeza, esse velho senhor, com aquele tesouro nas mãos, me fez
perceber que a alegria e principalmente o amor, estão em coisas tão simples que
nem ao menos reparamos o quanto somos agraciados pela misericórdia divina.
Obrigada Senhor dos livros!
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