sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Senhor dos Livros

Ele parecia não ter nada, apenas um carrinho que carregava algumas reciclagens.
Mas em suas mãos, havia um tesouro, e a seu lado alguns outros e acredito que também tinha consciência disso, pois demonstrava prazer naquilo que estava fazendo.
Minha vontade era de sentar ao lado dele, e conversar. Perguntar qual era o titulo, do que falava. Falar que o admirava por estar ali, naquele ponto, provavelmente sem nem ao menos tomar um café, e com um sorriso no rosto em um livro em suas mãos.


Minha vontade era de ficar ali, até ele resolver levantar e ir embora, não pra casa. Mas pra rua, que aparentemente era a sua casa.  
Mas o que eu fiz?
Não tive coragem de sentar ao seu lado e atrapalhar aquele momento, que pra mim, pareceu único. Acredito que nunca irei vê-lo novamente, mas com toda certeza, esse velho senhor, com aquele tesouro nas mãos, me fez perceber que a alegria e principalmente o amor, estão em coisas tão simples que nem ao menos reparamos o quanto somos agraciados pela misericórdia divina.


Obrigada Senhor dos livros!

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