No dia 6 de fevereiro de 2016, às 07h50 da manhã, nasceu um novo mundo. Um mundo com o cheiro doce da sua pele, com o som do seu primeiro choro, com o brilho do seu olhar recém-chegado. Naquele momento, nascia você — e comigo, nasceu outra mulher.
Dez anos se passaram desde aquele instante mágico. E ainda hoje, me lembro dos cabelos bagunçados, das roupas com cheiro de leite, das noites sem dormir. Me lembro das lágrimas de medo, de amor, de espanto, de riso. E, acima de tudo, me lembro da transformação: a de ser tua mãe.
Inae. Seu nome já carrega o mar — rainha, força, fluidez e mistério. Te dei esse nome em homenagem a Iemanjá, e mal sabia eu que você seria mesmo filha das águas. Você dança como as ondas, é sensível como as marés e forte como o oceano. Um ser de luz, de doçura, de coragem.
Você é aquela que sorri fácil, que tem os cabelos quase loiros, encaracolados e indomáveis como sua alma. Você é quem dança comigo na sala ao som de Sorriso Maroto, Raul Seixas, Gilsons, Black Sabbath e até System of a Down. Você é música. Ritmo. Harmonia. Você tem algo de ancestral.
Já foi bailarina, agora luta jiu-jitsu com disciplina e garra. Já ganhou medalhas e campeonatos, mas o que mais me orgulha é seu jeito de não ter medo de tentar. Você não se apequena diante do novo — você mergulha, se joga, experimenta.
Você é vaidosa e independente, carinhosa e gentil, educada e responsável. Às vezes me pergunto se a liberdade que te demos te pesa. Mas então te vejo livre, leve, brilhando no que faz — e entendo: você nasceu para o mundo. E o mundo, minha filha, está mais bonito desde que você chegou.
Te vejo crescer com espanto e gratidão. Já passaram os primeiros dentes, as primeiras palavras, o primeiro passo. Já vieram as letras, os livros, as histórias, os questionamentos, os sonhos. Já vieram as amizades, as descobertas, os desafios. Já vieram a praia, o mar, os ventos, os bichos, as viagens, as risadas — e ainda virá tanto mais.
Você carrega em si todos os elementos: o fogo da curiosidade, o ar da liberdade, a terra da firmeza e a água da intuição. Seu cérebro é um universo em expansão, sua alma é cheia de cores, e seu coração… ah, seu coração é morada de tudo que há de mais bonito.
Filha, cuidar de você é, todos os dias, cuidar de mim também. Porque ao te ver crescer, eu me transformo. Me reinvento. Me humanizo. Obrigada por me ensinar o que é amor incondicional. Obrigada por me mostrar que ser mãe é mais do que proteger — é também permitir, acompanhar, confiar e deixar ser.
Que esses dez anos sejam só o começo de uma linda jornada. Que a menina que você foi, com sua curiosidade viva e seu espírito aventureiro, continue caminhando ao lado da mulher incrível que você está se tornando.
Parabéns, Inae. Minha flor do mar. Minha espatódea em flor. Meu amor mais profundo. Minha filha.